Assunção Sousa Soares é das padeiras mais antigas de Ul e fabrica pão desde que se lembra. Esta profissão foi desempenhada pela sua mãe, avó, bisavó e até a sua filha seguiu os seus passos, carregando, agora, este legado de família.
Foi a amassar o pão que a padeira Assunção teve o primeiro contacto com este trabalho, tendo passado de seguida para o forno com a função de cozer o produto. Confessa que a tarefa que menos gostava de desempenhar era peneirar a farinha à mão. “Era das coisas que mais me custava, mesmo quando era nova”.
A sua vida permaneceu assim, a fazer pão todos os dias e noites, inclusive ao domingo, até há quatro anos quando se juntou à sua filha e passou a ajudá-la apenas quando esta confeciona o pão, às quartas-feiras.
Hoje, com 88 anos, não se imagina a abandonar por completo esta atividade e a sua filha, apesar de não continuar a fazer pão com a mesma intensidade, possibilita que este amor pela profissão permaneça vivo.
A filha, Maria da Conceição, conta que aos 11/12 anos amassava pão enquanto ouvia rádio e cantava, impressionando quem a via. Algumas pessoas questionavam-se como “é que eu tinha força para amassar o pão e cantar ao mesmo tempo”.
O afeto de família em torno desta profissão não é recente, mas nem por isso desvanece. Mãe e filha continuam, juntas, a trabalhar para fornecer o melhor pão à população.