Depois de ter sido coadjutor de um tio seu, o padre Domingos Almeida completa este ano 60 anos de missão à frente da paróquia de São Martinho da Gândara.
São seis décadas ao serviço da igreja e de uma comunidade que considera “viva” e onde os leigos têm correspondido sempre aos apelos feitos ao nível da pastoral da liturgia, da catequese e de outros atos religiosos. “Tentamos que São Martinho da Gândara seja uma comunidade ativa e tenho sentido isso da parte dos paroquianos”, afirma o padre, uma figura estimada na freguesia que seguiu a vida sacerdotal não só por vocação mas também por “estímulo da sua mãe”.
Essa motivação levou-o a frequentar 12 anos o seminário. Em 1961 assumiu os destinos da paróquia sucedendo aos seus dois tios padres, numa altura em que o país assistia à reorganização da catequese. Foi nesse ambiente que o padre Domingos promoveu o recrutamento de catequistas, se acentuou o serviço catequético e o aprofundamento do ensino religioso.
Deu, também, seguimento à construção do salão paroquial, iniciada pelo seu tio padre Agostinho Pereira da Silva Gomes e um dos primeiros salões das paróquias circunvizinhas.
Aos 87 anos e de uma época em que existia apenas um ou dois automóveis na freguesia, o padre Domingos Almeida viu São Martinho da Gândara crescer ao longo de décadas.
O presbítero fala de uma terra que evoluiu e onde era visível, quando iniciou a sua vida sacerdotal, uma comunicação e uma alegria muito profunda entre as pessoas. “Vivia-se muito em comunhão, sobretudo a partir dos atos religiosos e até nas próprias festas”.
Naquele tempo sentia-se essa proximidade e união entre a população, um elo que hoje ainda se nota mas não de forma tão ativa e permanente porque a vida atual tem muitas exigências”. Apesar de tudo, São Martinho da Gândara carateriza-se por ser “uma comunidade solidária” e trabalhadora”.