O Carnaval de Pindelo é o maior orgulho da freguesia.
A caminho dos 30 anos de vida, o corso carnavalesco que sai todos os anos à rua é sinónimo do apego das suas gentes a uma tradição da qual a freguesia já não dispensa. Que o diga José Almeida, presidente da Associação Cultural Recreativa do Carnaval de Pindelo que está, desde a primeira edição, à frente da organização do carnaval.
“Gosto muito disto senão não andaria aqui há tanto tempo, trabalhamos com amor à camisola”, diz, orgulhoso, o responsável pelo Carnaval.
É esta paixão que, ano após ano, levou a que o Carnaval ganhasse, por mérito próprio, a qualidade e o prestígio que tem hoje não sendo de estranhar a sua presença habitual no carnaval de Oliveira de Azeméis com registos muito apreciados pelo público.
O empenho dos grupos na preparação do carnaval, a ajuda mútua entre todos, o convívio e a preocupação de trabalhar e fazer melhor de ano para ano é a receita para o sucesso.
Mas tudo isto “acarreta custos”, diz José Almeida explicando que as receitas para fazer face às despesas vêm de sorteios, de um apoio financeiro da Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis (FAMOA) e da publicidade inserida nos cartazes.
“Isto aqui é chapa ganha, chapa batida e às vezes não chega”, refere. “Só em esponja utilizada é à volta de mil euros”, adianta o dirigente da associação.
A população de Pindelo orgulha-se do seu Carnaval, quer apoiando o evento, quer saindo à rua para ver o trabalho dos grupos e das escolas de samba, à exceção deste ano devido à Covid-19.
A preparação do Carnaval inicia-se bem cedo, em setembro.
“Para a edição deste ano, os grupos estavam à espera de começar a trabalhar no duro mas as contingências não permitiram realizar o carnaval”, lamenta o responsável, recordando que, em média, “saem para a rua 13/14 carros e duas escolas de samba, a Renascer e os Pioneiros”.
O corso tem sempre muito público a assistir, tanto no carnaval luminoso que se realiza no sábado à noite, como no domingo de Carnaval quando milhares de pessoas saltam para a rua.
“Em termos de eventos o que temos aqui de melhor na freguesia é o carnaval, além da festa de São Lourenço”, frisa José Almeida. Acrescenta que “gostamos de apresentar um Carnaval bonito e do agrado da população” embora sem um tema definido pois “damos abertura aos grupos para fazerem o que quiserem sendo que cada um deles define o que quer apresentar”.
Tudo acontece na cave do edifício do Centro Social. É ali que está montado o “estaleiro” onde os grupos trabalham dia e noite e onde estão armazenados os materiais usados e que vão sendo recuperados de edição para edição.
O espaço cedido pelo Centro Social está já a ser utilizado há cerca de 10 anos mas se um dia a organização do Carnaval tiver de o abandonar não haverá solução à vista para o problema.
“Não temos dinheiro para fazer um pavilhão”, alerta José Almeida, não querendo acreditar que, no futuro, esteja em causa a realização do Carnaval, “o maior orgulho da freguesia”.
O presidente da Associação do Carnaval estima em cerca de 14 mil euros o preço para pôr na rua o Carnaval. “O que nos tem valido é o Mercado à Moda Antiga onde conseguimos angariar uma verba razoável que nos dá para trabalhar à vontade”, diz José Almeida.