Maria da Conceição Andrade, é apaixonada pela costura desde que se lembra. Como qualquer família tradicional, a vontade do seu pai era que Maria da Conceição ficasse em casa a trabalhar nas lides domésticas e no campo . “O meu pai não queria que eu fosse aprender a costurar, não era fácil antigamente”. A sua mentora, foi uma amiga da família, que a ensinou gratuitamente. “Quem queria aprender a costurar, tinha de pagar, mas como eu tinha força de vontade essa senhora ensinou-me”.
Com 18 anos, viu a sua irmã ir trabalhar e, consigo, despertou essa mesma vontade. Foi trabalhar para uma camisaria perto da Igreja de Oliveira de Azeméis, onde permaneceu lá por 2 anos. “Eu estava na camisaria e soube de um senhor que dava trabalho para casa, o Sr. Mário Venâncio” disse. Maria da Conceição que contou que “uma vez mais não foi fácil convencer o meu pai”. Depois de ter feito as duas primeiras gabardines, o senhor Mário, não tardou a dar-lhe mais e mais trabalho. Aí, Maria da Conceição já trabalhava em casa e começava a ter as suas próprias freguesas. O seu talento levou a que Mário Venâncio, a convidasse a fazer trabalhos por medida na sua loja. Mais tarde, Maria da Conceição, começou por se dedicar ao seu trabalho por conta própria. “Fazia de tudo. Desde umas calças até a um vestido de noiva”. Trabalhou muito, durante horas a fio, tinha clientes de todo o lado.
Começou a ir de férias apenas quando as suas filhas já eram adolescentes. O seu esforço e dedicação era tanto que muitas vezes fazia 2 vestidos de noiva numa só semana. “Vestidos de noiva era o que eu mais gostava de fazer, fiz tantos que já lhes perdi a conta”. O mais gratificante era “quando alguém ia fazer uma prova e gostava do que eu fazia, agarrava-se a mim, era tão bom”. Maria da Conceição, foi uma das costureiras mais talentosas e acarinhadas pela freguesia de Madail. A sua paixão pelo seu trabalho era tanta que sentia pena, quando as peças que fazia, iam embora …