Armando Tavares Oliveira Castro tem 68 anos e é um dos três sócios da empresa de Curtumes de Loureiro, a Oliveiras Castros.
Este negócio de família começou há cerca de 150 anos, com o seu avô e os dois irmãos deste. Nesta altura era apenas negociado gado como caprinos e suínos. Posteriormente evoluiu para o comércio das peles, que tem por volta de 80 anos.
No tempo do seu avô, Armando relembra que a atividade da empresa era bastante diferente “na altura do meu avô, o transporte era o carro de bois e eram quantidades pequenas”. Nesta fase, como qualquer pessoa podia levar e salgar as peles nas suas próprias casas, os Oliveiras Castros apenas faziam a recolha da mesma por todo o país “a gente ia desde Bragança até Almada/Lisboa, corríamos essa zona toda”, relata.
Atualmente, esta prática já não é legal e os três sócios coletam as peles unicamente dos matadouros e salgam na sua fábrica para vender a outras, que depois transformam a matéria-prima em produtos de cabedal.
Esta venda, que antigamente era feita maioritariamente para o Porto, neste momento, com o fecho dessas fábricas “o forte é Alcanena e Espanha”, refere.
Armando Castro começou a trabalhar no negócio de família aos 13 anos e desde aí, nunca mais parou. Recorda que, em tempos, chegaram a ser 11 sócios e ainda contavam com a ajuda de mais três funcionários. Atualmente são apenas três sócios com dois ajudantes, quando é necessário.
Quanto ao futuro, os sócios revelam não terem muita fé na continuação do seu negócio, visto que há uma “concorrência muito grande, e é muito difícil arranjar alguém interessado em dar seguimento a este negócio.