Samuel de Bastos Oliveira, um apaixonado pela etnografia e cultura popular, sempre demonstrou muito interesse e gosto pela História de Fajões. Licenciado em Filosofia, em Filologia Românica e em Ciências Pedagógicas, foi professor, dirigente associativo e exerceu diversos cargos públicos, o que o torna uma personalidade importantíssima no contexto cultural do nosso concelho.
Segundo o Dr. Samuel Bastos, “a história de Fajões não é uma história gloriosa, mas baseia-se essencialmente no trabalho, na dignidade do povo, pacífico, laborioso, dedicado à agricultura, porque Fajões é uma terra semirrural”.
Em relação ao povoamento de Fajões, refere que “é sempre difícil falar do povoamento das terras, porque remontam à pré-história, no caso de Fajões, a cerca de 5.000 anos a.C., ao período Neolítico”, facto que é provado por diversos vestígios: machados neolíticos, as antas ou dolmens, que havia na freguesia e a Mamoa de Prazins, situada na “Portela”, atual lugar da Cruz.
Quanto a vestígios da época gótica e romana, “eles estão documentados num documento escrito, datado de 7 de novembro de 1068, que retrata a doação da Villa Fagionis e da sua Igreja (a Ecclesia Sancto Martino de Fagionis)”. Segundo o Dr. Samuel Bastos, “este seria um território de terras cultivadas e de terras incultas que, em 1540, chegou a pertencer às Freiras de São Bento da Avé Maria do Porto.
No aspeto civil, o Professor Samuel destaca que “a freguesia sempre pertenceu ao Concelho da Vila da Feira, primeiro aos Condes da Feira, depois ao concelho da Vila da Feira, até 5 de janeiro de 1799, com a criação do concelho de Oliveira de Azeméis”.
Quanto ao património religioso, o Dr. Samuel Bastos destaca a Igreja Paroquial, a Residência Paroquial, a Capela de São Marcos e a Capela da Senhora da Ribeira, para além de algumas capelas particulares, como, a Capela da Senhora das Dores, a Capela da Senhora da Lapa e a Capela da Senhora da Saúde.
Acerca das coletividades fala com entusiasmo e emoção da Banda Musical de Fajões, do Grupo Folclórico as Ceifeiras de Fajões, do Grupo Desportivo de Fajões, e ainda, da Sociedade Columbófila de Fajões, associações que desempenham um papel fundamental na educação e formação de tantas gerações de jovens.
Não deixou de referenciar uma grande instituição de cariz social, o Centro Social Dr.ª Leonilda Aurora da Silva Matos, “construído em terreno de mato da própria Dr.ª Leonilda e do seu marido Arlindo Leite da Silva, no Lugar do Souto da Costa, fundado em março de 1981”. Esta Instituição de Solidariedade Social presta um serviço essencial à população de Fajões e dos concelhos limítrofes, e dedica o seu nome à generosidade da benemérita e comendadora Dr.ª Leonilda Aurora da Silva matos, que deu tudo o que tinha para as causas sociais.