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Castro de Ul

Oliveira de Azeméis

Possui três linhas de muralha bem definidas. O Dr. Miguel Castro refere na sua comunicação que junto à entrada do Castro de Ul encontrou 2 blocos com gravações, colocados a cerca de 2 m de altura. Sugere que se pode tratar de uma representação antropomórfica, uma marca de território ou uma representação esquemática do castro de Ul.

Os trabalhos realizados por Maia Marques na década de 80 permitiram identificar estruturas relativamente bem conservadas e três fases distintas de ocupação do sítio.

Uma primeira ocupação teria tido lugar durante o Calcolítico e Idade do Bronze, o que explicaria a recolha de numerosas peças em sílex e algumas peças polidas. Desta ocupação restaria a base de uma lareira, na vertente nascente, não tendo sido identificados outro tipo de estruturas que lhe pudessem ser associados, presume Maia Marques, por serem construídas em materiais perecíveis que não resistiram às posteriores ocupações do sítio arqueológico.

A segunda ocupação, correspondente à Idade do Ferro e estaria atestada pela cerâmica indígena e por uma fíbula. Eventualmente, as estruturas encontradas no setor Nascente podem ser associáveis tanto a este período, como ao da romanização. No setor poente, Maia Marques, sugere que a estrutura de fundição seria datável de época romana, eventualmente de um período tardio.

A terceira ocupação seria atestada pela cerâmica sigillata, cerâmica comum, vidro e numismas. Esta fase ter-se-á prolongado até tarde, de acordo com os numismas recolhidos em contexto de escavação e também com a camada de ocupação identificada no corte estratigráfico do setor nascente.

No entanto, em termos estratigráficos, apenas foram identificadas duas camadas de ocupação, correspondendo a mais antiga aos séculos I a.C. – I d.C. e a mais recente aos séculos III – IV d.C..

Estes dados, confirmam a presença de uma população pré-existente à romanização, atestam a presença romana neste espaço e sugerem que o mundo romano não fez tábua rasa do mundo ibérico pré existente, pois o sítio não foi abandonado com a romanização, tendo, pelo contrário, subsistido até ao fim da presença romana na península ibérica.

Deve ainda ter-se em conta na avaliação da importância deste povoado a existência de dois testemunhos epigráficos, com ele relacionados, o Terminus augustalis e o marco miliário, que testemunham sem margem para dúvidas, a importância do local durante o período romano. O primeiro deste, encontra-se ainda na parede da sacristia da igreja de Ul, onde foi colocado após a reconstrução da mesma no século XVIII.


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