Situado a 5Km de Oliveira de Azeméis e a Este da sede da freguesia de S. Martinho, numa linha de 4 outeiros alinhados em direção a Norte um deles apresenta uma configuração cónica e no topo um afloramento rochoso orientado a Norte, associado a lendas de mouros e tesouros, bem como a pias escavadas na rocha. Nos outros cabeços, que pertencem a Cucujães, há referências à existência de mamoas em Fermil, Stª Luzia e Rebordões. O espólio recolhido, no topo do cabeço, foi guardado no museu do abade Arede em Cucujães e consistiu em 2 machados polidos votivos, 1 amuleto fálico, mós manuais e um machado de quartzo. O abade Arede considerou a configuração do sítio tipicamente castreja. À superfície eram visíveis fragmentos de tégulas e mós. Considerou ainda que terá sido um local de fixação dos Visigodos devido ao topónimo Recarei que derivaria de Recaredo. Para alguns autores essa designação indiciaria de que se trata de um lugar de ocupação central em época Visigótica. A população associa este local à lenda da grade de ouro que estaria escondida numa mina.
Em artigo de 1956, baseado nos estudos do abade Arede é referido que o Castro de Recarei e o Castro de S. Martinho correspondem a um único sítio, que se distingue claramente do de Vila Cova (Santiago de Riba Ul). A mesma conclusão se pode aplicar à designação castro do Troncal, que é um topónimo associado ao monte do Crasto. A isto José Leite acrescenta que o planalto do castro foi transformado em campo e pinhal em meados do século XIX, provindo os objetos recolhidos das terras viradas e da zona de cultivo.
Fernando Pereira Silva identificou três linhas de muralha das quais são visíveis os taludes e referiu a abundância de fragmentos cerâmicos à superfície. Salientou ainda a posição privilegiada do sítio que permitiria um controlo visual da linha de costa.
Ações de florestação realizadas na última década alteraram a configuração da topografia do sítio.
A realização de ações de prospeção no local permitiu identificar fragmentos de materiais enquadráveis cronologicamente na Idade do Ferro e Período Romano, o que parece confirmar a existência de uma ocupação do sítio relativamente longa, ainda que não seja possível, com estes elementos, garantir que tenha sido contínua.