Pinheiro da Bemposta é uma freguesia onde se respira história.
Segundo a tradição, a origem etimológica do seu nome provém de um grande pinheiro que existia junto à antiga estrada, no lugar da Areosa, debaixo do qual os passageiros descansavam.
O nome Bemposta provém da sua airosa e elevada posição, de onde se abarca larga panorâmica sobre a Ria de Aveiro, desde Ovar até à Serra da Boa Viagem ou ainda até ao mar.
Povoação de remota importância, aparece já referida num documento de 1109, em que um padre Rodrigo doou à Sé de Coimbra a quarta parte da vila rústica do Curval, situada entre a Branca e Alviães.
Em 1114, no lugar de Figueiredo, os Bispos do Porto e Coimbra reuniram-se para tentar uma reconciliação relativamente às fronteiras das suas dioceses. Contudo, o povoamento de Pinheiro da Bemposta, situa-se em épocas bem mais remotas.
Existem sólidos argumentos que defendem a existência, aqui, nas margens do rio Antuã, do histórico Mosteiro de Santa Marinha do Antuã, doado por Lucídio Vimaranes ao Mosteiro de Castromire.
Por outro lado, a existência dos topónimos “Paço”, “Alcance ou Alcouce”, e o facto de Figueiredo ter sido denominado ao longo dos tempos “Figueiredo de Rei”, levam a crer que, no tempo da ocupação sarracena, por aqui se fixou figura grada das hostes mouras.
O município da Bemposta, de fundação antiquíssima e ao qual o rei D. Manuel dera foral em 15 de Agosto de 1514, foi extinto por decreto de 24 de Setembro de 1855. Foi "um dos mais importantes Municípios da comarca da Estremadura", como pode ler-se numa publicação de 1527, estendendo-se pela seguinte área: Pinheiro da Bemposta, Palmaz, Loureiro, Travanca, Macinhata da Seixa e Ul (do Município de Oliveira de Azeméis), Branca e Ribeira de Fráguas (Albergaria-a-Velha), Fermelã, Canelas, Salreu e Santiais (Estarreja) e Assequins (Águeda).
Volvidos vários séculos, não escasseiam aqui sinais da riqueza e grandeza outrora existentes.
O maior interesse do património construído está no Cruzeiro do Pinheiro da Bemposta, Monumento Nacional, datado de 1604, com restauros posteriores. Por trás dele existe uma interessante Casa de Brasileiro; à esquerda a Casa do Cruzeiro, do século XVIII. Na EN1, seguindo na direcção do Porto, encontra-se a setecentista Casa dos Arcos.
Já no lugar da Bemposta, antiga sede do extinto Município da Bemposta, existe ainda a Casa dos Paços do Município e Cadeia e o Pelourinho manuelino (Imóvel de Interesse Público, construído em meados do século XVI), contíguo à Casa de S. Gonçalo, com capela anexa. A seguir, à esquerda, outra Casa da família Côrte-Real e a Casa do Arco.
Merecem também uma especial referência a Fonte da Bemposta (recentemente recuperada); o Cruzeiro paroquial; a Igreja Matriz; a Capela de Nossa Senhora da Ribeira, incluíndo os seus retábulos e esculturas (Imóvel de Interesse Público); os núcleos rurais da Casa do Curval e de Figueiredo; as Quintas do Barral, do Calvário, do Passal e de Vera-Cruz.
A igreja matriz é uma espaçosa construção de finais do século XVII e princípios do século XVIII. Da invocação de S. Paio é um dos mais imponentes edifícios da região.
A Capela de Nossa Senhora da Ribeira constitui há séculos um templo de grande devoção. Foi erguida em 1611, num lugar solitário, romântico, quase paradisíaco.
Embora já com algumas alterações, o edifício da Malaposta do Curval, classificado como Imóvel de Interesse Público, constituiu uma das 32 estações de paragem das diligências que se dirigiam do Porto a Lisboa. Aqui também se trocavam as mulas, que recolhiam nestas instalações para alimentação e descanso.
Um dos outros ex-libris de Pinheiro da Bemposta é a sua centenária Sociedade Musical Harmonia Pinheirense, fundada com o título de "Sociedade Phylarmónica Harmonia Pinheirense", em 13 de Novembro de 1881.
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