Loureiro foi um simples curato de Avanca e como Avanca, por concessão pontifícia a D. Manuel I, foi transformada numa nova comenda da Ordem de Cristo, passou para o novo padroado.
Data de 993 a primeira referência histórica a Loureiro, através da venda de uma herdade "na villa de Loureiro, entre a villa de Tonce e Macieira, perto do Castro Recarei, em território portucalense".
Contudo, a existência jurídica da paróquia só está documentada a partir de 1220, o que não exclui a hipótese de ela ser muito mais antiga. Vem citada numa lista de terras e propriedades de Mosteiros e Ordens da diocese do Porto nas Terras de Santa Maria e diz: “in freegesia Loureiro habet Templum 1 Casal”, ou seja, “A Ordem dos Templários tem um casal na freguesia de Loureiro”.
Entretanto, no “Livro Preto de Grijó”, do século XIII, pode ler-se: “...na aldeia de Loureiro disseram as testemunhas que ouviram dizer a muitos homens novos e vedros (velhos) que a quarta dessa igreja de Loureiro é de El-Rei e que viram pousar Rei Dom Afonso”.
Este documento, para além de demonstrar a existência duma sujeição da terra ao poder regalengo, oferece-nos motivos de curiosidade histórica, pelo facto de nele se testemunhar a visita de D. Afonso III à freguesia de Loureiro.
Loureiro é uma freguesia de antigas tradições, das quais se destacam as feiras da Alumieira, na Páscoa. “Saltar o rego. Todas as Páscoas há encontro marcado em Alumieira, Loureiro, "P'ra ver os burros". Páscoa a Páscoa, ano após ano, à Segunda-feira de tarde o largo torna-se pequeno para tanta gente.
Desde que há memória, Saltar o rego constitui a parte profana, popular, no tempo sagrado da Páscoa. Provavelmente, uma herança dos árabes que por cá passaram entre os séculos VIII e X d.C. (...).
Várias vezes centenária, existe em Alumieira, Loureiro, uma prática tradicional provavelmente única no País. Saltar o rego é uma expressão bem conhecida, simbolizando as corridas de cavalos e burros realizadas nas segundas-feiras da Páscoa, junto ao Largo de Alumieira. Como é que surgiu?
Voltemos aos "Guardadores de memórias", os mais antigos do lugar, que transmitem o que sabem: “Já o meu avô ouvia do dele que na Segunda-feira da Páscoa havia uma grande feira no largo. Nessa feira vendia-se de tudo, desde animais domésticos a alfaias agrícolas.
A atravessar o largo da Alumieira existia um rego de água, que servia para o regadio dos campos. Antigamente na região eram criados e vendidos muitos cavalos e burros. Então os vendedores que apareciam na feira, para mostrar se os animais eram bons, galopavam e obrigavam os cavalos a saltar o rego de água.
Assim via-se se eles tinham força nas pernas. As pessoas gostavam de ver; aplaudiam e os compradores faziam as suas escolhas.” (...) Hoje, Saltar o rego é uma corrida de cavalos ou burros, com concorrentes, eliminatórias, finais e prémios. Corre-se pela vitória, já não se salta para mostrar e vender os equídeos.” (Joaquim Coelho)
As Almas Mouras e a área protegida do Antuã são locais que proporcionam momentos únicos e paradisíacos.
Visitados os moínhos da Minhoteira, a Capela de Nossa Senhora da Alumieira, é tempo de parar na grandiosa Quinta do Barão, uma área que alberga a sede de algumas colectividades de Loureiro.
No largo da Alumieira pode-se também observar o Monumento ao Emigrante, representado por um rapaz do povo, em tamanho natural, sentado, pensativo, em bronze, assinado por H. Moreira 1966, sobre base de granito; e ainda um busto de bronze do conselheiro Dr. Albino dos Reis, datado de 22 de Dezembro de 1968.
Conheça o projeto de valorização do nosso território "A Nossa Freguesia... Loureiro"