Um milhão de euros recupera as margens do rio Caima
Data: 11/01/2010
Carlos Alegria, um dos promotores do projecto, explicando ao presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis as intervenções nas margens do rio Caima.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte aprovou a candidatura de um milhão de euros apresentada pela Câmara de Oliveira de Azeméis destinada à requalificação ambiental e paisagística da zona ribeirinha do rio Caima, na freguesia de Palmaz.
O projecto – uma parceria público-privada – pretende recuperar 40 hectares de margens do rio Caima entre a antiga fábrica de papel e o açude do Areínho, introduzindo elementos inovadores desde espaços de turismo e lazer à promoção de energias renováveis e instalação de um viveiro florestal de espécies autóctones.
«A aprovação da candidatura é importante porque está em causa a recuperação ambiental e paisagística de uma vasta área interessante do ponto de vista ambiental, associada a uma outra perspectiva fundamental que tem a ver com a valorização das energias renováveis», afirmou o presidente da autarquia após uma visita à área de intervenção.
«O projecto insere-se na aposta e valorização do turismo, uma área estratégica para o concelho de Oliveira de Azeméis, acrescida com a responsabilidade do município integrar a Área Metropolitana do Porto», disse Hermínio Loureiro.
«Não podemos desperdiçar estas oportunidades e temos de procurar valorizar as várias áreas do concelho com potencial turístico, tendo sempre em conta a recuperação das margens e dos rios que circundam o município», acrescentou o autarca social-democrata.
A freguesia de Palmaz, localizada a sul do concelho, está integrada na Rede de Parques da Área Metropolitana do Porto sendo caracterizada por uma elevada ruralidade.
A construção de um hotel rural com 30 camas, com recurso a energias renováveis, é o primeiro investimento privado já no terreno mas o objectivo é requalificar toda a área ribeirinha.
Entre as inovações, o projecto envolve a construção de piscinas biológicas através da despoluição das lagoas existentes, potenciando o seu uso como espaço de recreio e lazer. Nesta zona está prevista uma praia fluvial com travessia pedonal sobre as lagunas e um sistema de atravessamento do rio Caima através de uma barca puxada por cabos suspensos.
O plano contempla ainda áreas de estacionamento, a recuperação dos caminhos existentes nas margens do rio Caima e a reposição da vegetação característica da zona onde se inclui a utilização de espécies vegetais arbóreas autóctones resistentes ao fogo.
Fora do âmbito ambiental e turístico, o projecto tenciona avançar, nas antigas instalações da fábrica de papel do Caima, com a leccionação de mestrados na área de cuidados continuados, em parceria com a Universidade de Aveiro.
Segundo os seus promotores, o projecto público-privado visa «a recuperação e preservação da memória colectiva associada a acontecimentos no Caima», devolvendo «um espaço e costumes perdidos no tempo» como a realização de pic nic’s, a pesca, a fruição da Natureza e o usufruto da praia fluvial.
As intervenções propostas apontam ainda para a «promoção do conhecimento, conservação e valorização do património natural enquanto factor de identidade, atractividade, diferenciação e prevenção de riscos e ordenamento do território valorizando-o e tornando-o acessível às populações locais e visitantes para sua utilização e usufruto».