O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), Humberto Santos, considerou «muito importante» a disponibilidade e a colaboração das autarquias na reflexão e na promoção do desporto adaptado.
O dirigente do CPP falava em Oliveira de Azeméis no encontro «Inclusão pelo desporto», uma iniciativa inserida nas políticas de integração social da autarquia que levou até ao pavilhão municipal técnicos ligados à problemática do desporto para pessoas com deficiência.
«Há um enorme trabalho para fazer com o envolvimento de todos, sendo fundamental, nesta tarefa, a abertura dos municípios para reflectir sobre esta temática em conjunto com as entidades desportivas», disse Humberto Santos, elogiando a receptividade do município de Oliveira de Azeméis para as questões da integração da pessoa com deficiência.
Segundo o responsável do Comité Paralímpico «o desporto é um instrumento fundamental para a inclusão social e para a igualdade».
O presidente da autarquia, Hermínio Loureiro, pensa da mesma forma. «Quando se fala em inclusão deve olhar-se para o desporto porque é ele que proporciona uma inclusão mais completa», disse, considerando ser necessário «fazer mais» nesse sector.
«É esse trabalho que temos realizado e não fazemos mais do que a nossa missão que é promover boas práticas desportivas», afirmou.
«O município está sempre de portas abertas para debater estas questões, contribuindo para uma sociedade mais justa, mais inclusiva e sem barreiras físicas e psicológicas», adiantou.
O autarca lembrou o orgulho dos portugueses quando vêem «os atletas paralímpicos chegar ao aeroporto carregados de medalhas» mas lamentou que «a sociedade só se lembre deles nesses momentos».
«Ultrapassada essa fase, nunca mais a sociedade se recorda deles, esquecendo as suas dificuldades, problemas e sacrifícios que têm no dia-a-dia para vencer os obstáculos», disse.
O provedor da Área Metropolitana do Porto para as pessoas com deficiência, João Cottim, elogiou o trabalho desenvolvido desde 2003 pelo município e anunciou a realização, em Dezembro, em Oliveira de Azeméis, de uma prova do campeonato nacional de boccia, com «carácter metropolitano», respondendo ao desafio lançado, em 2010, pelo presidente da autarquia.
O encontro «Inclusão pelo desporto» teve como oradores iniciais Humberto Santos, dirigente do CPP, e José Pavoeiro, vice-presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, que apresentaram os projectos desportivos das duas entidades.
A importância do desporto escolar foi exposta por João Paulo Martins, coordenador do CLDE de Entre Douro e Vouga e membro da equipa da Direcção Regional da Educação do Norte.
A apresentação de dois casos de desporto adaptado, o boccia e o andebol, levaram ao pavilhão municipal Paula Cristina Nogueira, terapeuta ocupacional no Centro de Recuperação de Crianças Deficientes Inadaptadas de Oliveira de Azeméis (CERCIAZ) e Joaquim Escada e Danilo Ferreira, membros da Federação Portuguesa de Andebol.
A iniciativa encerrou com uma demonstração de boccia, da responsabilidade do Centro de Treino Municipal, a funcionar na CERCIAZ, e uma outra a cargo da Federação Portuguesa de Andebol/Anddemot/APD-Porto.