O realizador Telmo Martins, autor da longa-metragem «Um Funeral à Chuva» que estreou esta quinta-feira nas salas de cinema, foi homenageado pela Câmara de Oliveira de Azeméis numa sessão onde o jovem cineasta, natural do concelho, viu ser distinguido o seu profissionalismo no mundo da sétima arte.
«Em Oliveira de Azeméis gostamos de valorizar os que se distinguem em todos os domínios desde as artes, ao desporto, à cultura e ao universo empresarial», afirmou o presidente da autarquia, justificando a homenagem ao jovem realizador, no mesmo dia em que a película estreou nas principais salas do país.
Hermínio Loureiro elogiou a elevada capacidade profissional de Telmo Martins que, sem «grandes recursos» e num «mundo de grandes dificuldades como é o do cinema», conseguiu a proeza de produzir uma longa-metragem.
«Vocês já estão também na história de Oliveira de Azeméis», disse o autarca desejando «que este filme seja o primeiro de outros sucessos». Referindo-se à longa-metragem, Hermínio Loureiro frisou que «este é um sonho que muitos têm mas que poucos conseguem realizar pelo que temos de reconhecer a coragem, a criatividade e a irreverência de toda a equipa e dar uma palavra de incentivo para o futuro».
O autarca realçou «o orgulho enorme que o município tem nos seus filhos» e lançou o desafio à equipa técnica para que, no futuro, possa aproveitar as imagens maravilhosas que o concelho tem para outras produções cinematográficas.
O filme «Um Funeral à Chuva, que é a primeira longa-metragem de Telmo Martins, custou 80 mil euros, uma verba que o próprio realizador considera insignificante comparada com os milhões de euros gastos noutras produções.
«Decidimos investir tudo neste projecto, à espera do retorno financeiro, uma vez que todos os subsídios sempre foram negados pelos organismos de apoio à produção cinematográfica», disse o jovem realizador, natural da freguesia de Carregosa.
Para o cineasta de 31 anos, que frequentou o curso de Design Multimédia e algumas disciplinas de Cinema da Universidade da Beira Interior, «o filme é a concretização de um sonho mas também uma chamada de atenção para que as pessoas, apesar das dificuldades, nunca se devem resignar».
Embora sem apoios financeiros e subsídios estatais o filme está desde quinta-feira no circuito comercial contando com a interpretação de actores profissionais da televisão e do cinema.
«Um Funeral à Chuva» é um «filme divertido, que apela à reflexão e faz a apologia da amizade», disse, por seu turno, a actriz Sílvia Almeida, também natural de Carregosa.
Para Jorge Oliveira e Silva, presidente da Assembleia Municipal, e Diamantino Melo, presidente da junta de freguesia de Carregosa, o concelho «sai prestigiado com pessoas deste valor e com um futuro promissor à sua frente, deixando orgulhosos a freguesia e o município».
«Um Funeral à Chuva» foi gravado na Covilhã em Setembro e Outubro de 2009 e relata a história de sete amigos - antigos estudantes da Universidade da Beira Interior - que se voltam a reunir passados dez anos devido à morte de um deles. O grupo inicia uma jornada de auto-descoberta sobre a essência da amizade verdadeira.
O filme conta nos principais papéis com os actores Alexandre Silva, Hugo Tavares, Pedro Diogo, Pedro Gorgia, João Ventura, Luís Dias, Sandra Santos e Sílvia Almeida.
Telmo Martins já realizou diversas curtas-metragens desde 2002, algumas das quais premiadas. Entre elas destaca-se Crosswalk, vencedora do concurso mundial do portal canadiano iStockphoto e galardoada no Festival Internacional de Cinema de Tróia (2007).