O Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis realiza-se nos dias 16 e 17 de maio tendo associado ao cartaz deste ano o pão de Ul, uma das iguarias locais mais apreciadas.
Este produto gastronómico estará em evidência naquela que é já a 24ª edição do evento que pretende recriar o mercado que se realizava no final do século XIX na antiga Praça dos Vales, no local onde hoje se situa o jardim municipal.
“Todos os suportes promocionais do Mercado terão como tema o pão de Ul e o evento é uma homenagem às padeiras que exercem uma atividade que é muito exigente”, afirmou hoje, na apresentação da iniciativa, o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge.
Atualmente resume-se a cerca de duas dezenas o número de padeiras existentes levando a que “olhemos com preocupação para o futuro desta profissão”, disse.
Sobre a preservação e a qualidade desta iguaria, o edil anunciou ter sido remetido recentemente à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte o pedido de classificação de Ul como Indicação Geográfica Protegida (IGP) para o produto pão ou pada ao abrigo do regulamento EU nº 1151/2012.
O processo encontra-se em análise e a expectativa da Câmara é de que ele seja aprovado.
“Após muitos anos ficou, finalmente, concluído um processo que ajudará a proteger o pão de Ul bem como a sua qualidade e o seu modo de produção”, afirmou.
A Associação de Produtores do Pão de Ul (APPPUL) e a empresa Qualifica Portugal, com o apoio da Câmara Municipal, tiveram um papel fundamental no processo através da recolha de toda a documentação necessária nomeadamente o caderno de especificações, tipologia da denominação, mapas identificadores da zona de produção, limites e documentos relativos ao controlo oficial.
O processo de classificação do pão de Ul inclui várias fases tendo-se iniciado com a fase de consulta pública. O procedimento comunitário envolve também diversas etapas e até que seja concedida proteção à denominação, através de publicação no Jornal Oficial da União Europeia, decorre um prazo não inferior a um ano.
A três meses do início, o Mercado à Moda Antiga foi apresentado hoje no Parque Temático Molinológico, um espaço que funciona como um “museu vivo” ligado à história da moagem de cereais e à produção do pão de Ul.
O evento ocupará sensivelmente a mesma área de anos anteriores (38 mil metros quadrados) contando com a presença de cerca de 70 artesãos e 90 associações.
“O Mercado é possível graças às dinâmicas do nosso movimento associativo”, disse o presidente da Câmara, esperando que o envolvimento das associações, APPUL e comunidade façam desta edição “um grande evento cultural mostrando ao país e ao mundo as nossas tradições e usos”.
Decorrendo nas principais ruas do centro histórico, o evento é um regresso aos costumes oliveirenses onde não faltará tendas com venda dos mais variados produtos, utensílios antigos, música tradicional, animação itinerante, local para degustação gastronómica, jogos tradicionais e artesãos a trabalhar ao vivo.
Há mais de um século o centro da então vila reunia gente de todas as freguesias do concelho para vender os produtos da terra, principalmente agrícolas. Nos dias 16 e 17 de maio todo esse cenário será, mais uma vez, recriado fielmente por cerca de dois milhares de figurantes trajados a rigor.