O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, reafirmou o empenho do município em ver classificada a tradição vidreira local como património cultural da Unesco.
O autarca, que falava na abertura do seminário “História e Cultura do Vidro na Identidade de um Povo”, alargou este desafio ao município da Marinha Grande e do ayuntamento espanhol de San Ildefonso que participaram no encontro internacional de investigadores.
“Fica aqui o repto para que este projeto seja um desiderato comum e estaremos totalmente disponíveis para convosco levar a bom porto esta missão”, afirmou, lembrando que Oliveira de Azeméis e Marinha Grande têm uma “uma história e preocupações comuns em relação à importância da preservação deste legado histórico e sociocultural”.
O presidente da Câmara disse esperar que o seminário seja um “passo relevante” nos objetivos do projeto de candidatar a tradição vidreira oliveirense a património da Unesco.
Joaquim Jorge mostrou-se confiante no sucesso da candidatura por se tratar de “um projeto de todos os oliveirenses” embora o caminho seja “longo e de grande exigência”.
“Será difícil encontrar uma família oliveirense sem alguém ligado à tradição vidreira”, sustentou.
O presidente do executivo oliveirense realçou as vantagens do projeto ser reconhecido pela Unesco, nomeadamente para atrair visitantes e turistas, dando projeção ao município.
“Através desse reconhecimento e utilizando alguns equipamentos como o Berço Vidreiro e o Centro Interpretativo do Vidro queremos atrair visitantes e turistas. Oliveira de Azeméis, de forma sustentada, através da tradição vidreira e de outros meios socioculturais pretende criar condições ímpares de atratividade turística”, destacou.
Segundo explicou o autarca, o objetivo do projeto é aprofundar saberes e experiências sobre a história e a cultura do vidro compreendendo o passado para “melhor viver o presente e garantir o futuro”. A candidatura pretende salvaguardar uma tradição que teve, e ainda tem, importância no concelho salvaguardando o “saber fazer tradicional dos vidreiros que corre o risco de se perder”.
O presidente do município adiantou ainda como outro objetivo a transmissão às futuras gerações da tradição vidreira que, ao longo dos tempos, evoluiu para a indústria dos moldes, um setor atualmente de grande relevância económica para o concelho, o país e a Europa.
A primeira fábrica do vidro em Portugal (a fábrica do Côvo) nasceu no século XVI em Oliveira de Azeméis.
O seminário internacional sobre o vidro decorreu na Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa e contou com a participação dos especialistas e investigadores oriundos de Espanha (Paloma Vinas), Itália (Teresa Medici) e Portugal (Fernando Rocha de Almeida, Jorge Carvalho, Teresa Almeida e Martinho Oliveira).