A dois meses do seu início, a Câmara de Oliveira de Azeméis apresentou a 22ª edição do Mercado à Moda Antiga, o maior evento cultural do município que este ano, além da recriação histórica, pretende homenagear as duas corporações de bombeiros do município e recuperar a tradição dos espantalhos.
A autarquia decidiu, este ano, associar a imagem dos bombeiros ao cartaz do Mercado como reconhecimento pelo seu papel importante na defesa das populações e pelo enorme esforço que demonstraram no combate aos trágicos incêndios do último verão.
“Esta é uma forma de agradecermos o empenho dos bombeiros voluntários de Oliveira de Azeméis e de Fajões ao serviço da sociedade, quer salvando pessoas, quer o património ou o meio ambiente”, afirmou o vice-presidente da autarquia, Rui Luzes Cabral, explicando que todos os suportes de comunicação do Mercado à Moda Antiga terão a imagem dos bombeiros, a vertente mais visível da homenagem aos “soldados da paz”.
Além da homenagem aos bombeiros a autarquia anunciou a vontade de reaver, através do Mercado, a tradição dos espantalhos que há 20 anos inscreveu Oliveira de Azeméis no “Guiness Book” com a confeção de mais de mil bonecos que levaram até à freguesia de Macinhata da Seixa visitantes de todo o mundo.
Duas décadas depois e numa altura em que Conceição Ferreira, a impulsionadora do projeto “Macinhata Espanta”, anunciou querer reavivar a iniciativa “colorindo” as áreas ardidas pelos incêndios de 2017 com 200 espantalhos, a autarquia está a sensibilizar as associações para aderirem ao projeto ostentando nos seus espaços um espantalho, dando, dessa forma, um novo colorido ao Mercado.
Segundo Rui Luzes Cabral “esse trabalho será também o alavancar de um processo para um novo impulso de tornar Oliveira de Azeméis uma cidade identificada com os espantalhos”.
A dois meses do evento arrancar, a autarquia quer superar a presença das oito dezenas de associações e dos 60 artesãos que participaram na edição do ano passado.
“Queremos reforçar estes números e intensificar a animação de rua”, disse Rui Luzes Cabral, agradecendo o empenho das associações para o sucesso do evento quer para o público visitante, quer para as próprias coletividades que têm no Mercado à Moda Antiga uma importante fonte de receita para desenvolverem o seu plano de atividades.
Segundo o presidente da autarquia, Joaquim Jorge, “o Mercado tem vindo a afirmar-se como o grande evento de Oliveira de Azeméis” retratando usos e costumes e “mostrando a força do movimento associativo e a capacidade de organizarmos eventos”.
O autarca não esconde a vontade de tornar o Mercado à Moda Antiga num evento nacional, esperando que ele seja “a afirmação da identidade das gentes de Oliveira de Azeméis”.
O Mercado à Moda Antiga realiza-se nos dias 19 e 20 de maio no centro histórico de Oliveira de Azeméis procurando recriar o mercado que se realizava no final do século XIX na antiga Praça dos Vales, no local onde hoje está implantado o jardim público.
O centro da então vila reunia gente de todas as freguesias do concelho para vender os produtos da terra, principalmente agrícolas. Hoje, todo esse cenário é recriado fielmente por milhares de figurantes trajados a rigor dispersos pelas ruas onde, entre outros atrativos, se podem ver tendas à moda antiga, artesãos, padeiras, utensílios antigos e muita gastronomia numa verdadeira partilha de costumes, tradições e saberes por novos e mais velhos.
O Mercado à Moda Antiga de Oliveira de Azeméis nasceu em 1997 por iniciativa do Grupo Recreativo, Associativo e Cultural de Cidacos tendo, na altura, como mentores e organizadores Nelson Costa e Ana Nadais.