A Câmara de Oliveira de Azeméis anunciou que o prazo para as candidaturas ao prémio Alfredo Cortez vai decorrer entre os dias 2 de janeiro e 31 de maio.
O galardão, destinado á produção de textos originais para teatro e a homenagear o dramaturgo que viveu grande parte da sua vida em Oliveira de Azeméis, visa a criação e divulgação de obras originais na área do teatro e promover a actividade dos grupos de teatro amador do concelho.
Os trabalhos podem ser individuais ou em co/autoria e só podem concorrer ao prémio grupos de teatro amador do concelho de Oliveira de Azeméis.
O vencedor fica obrigado a apresentar, no dia 27 de Março, Dia Mundial do Teatro.
um espet]aculo baseado na obra premiada. O prémio, no valor de cinco mil euros, será entregue no mês de Julho em cerimónia integrada nas comemorações do nascimento do dramaturgo.
Sobre o prémio, o presidente da autarquia, Hermínio Loureiro, afirma que “esta é a forma justa de lembrarmos uma personalidade incontornável da cultura do município e do teatro”.
“O prémio Alfredo Cortez, de periodicidade bienal, será uma excelente oportunidade para que os grupos de teatro possam olhar de forma mais apaixonada para este dramaturgo que fez um trajeto de grande talento”, acrescenta o autarca.
Autor de inúmeras peças para teatro e sátiras, Alfredo Cortez foi um dos dramaturgos portugueses com maior projeção no período entre as duas grandes guerras mundiais.
Alfredo Cortez nasceu em Estremoz em 1880 e licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1905. Cinco anos depois, passou a residir em Oliveira de Azeméis ao casar com Dulce Maria Lopes Godinho, filha do causídico José Lopes Godinho, então presidente da autarquia e diretor do “Jornal do Povo”, órgão local do Partido Progressista.
A sua primeira peça a subir à cena foi “Zilda”, representada em 1921 pela atriz Amélia Rey Colaço. O dramaturgo iniciou a sua carreira com o espetáculo de revista “Terra e Mar” (1918) tendo alguns anos depois aderido ao naturalismo com as peças “Zilda” (1921) e “O lodo” (1923).
Ainda experimentou o expressionismo e o drama histórico e abordou também os costumes populares portugueses nas obras “Tá-mar” (1936) e “Saias” (1938).