No âmbito das comemorações do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, a Câmara de Oliveira de Azeméis, em parceria com o Centro Médico da Praça, promoveu o seminário «Riscos Psicossociais».
A ação, que aconteceu na biblioteca municipal Ferreira de Castro, abordou os riscos psicossociais em contexto de trabalho, a sua avaliação e prevenção através da apresentação de exemplos práticos.
«É importante que o Dia Nacional da Prevenção continue a marcar o calendário dos decisores políticos», afirmou Pedro Marques, vereador da autarquia.
O seminário, que contou com a participação de empresários e técnicos da área, pretendeu incentivar comportamentos de segurança no local de trabalho, de modo a evitar riscos psicossociais decorrentes de deficiências na conceção, organização e gestão do trabalho.
De acordo com Fausto Sá, administrador do Centro Médico da Praça, «os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho são das questões que maiores desafios apresentam em matéria de segurança e saúde no trabalho».
Por esse motivo, «o Centro Médico da Praça tem estado atento e tudo fará para combater este flagelo que afeta as nossas empresas».
Segundo dados apresentados por Luciana Borges, socióloga na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), «cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o stresse uma situação comum no local de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho perdidos».
À semelhança de muitas outras questões relacionadas com a saúde mental, o stresse é frequentemente objeto de incompreensão e estigmatização.
No entanto, se forem abordados enquanto problema organizacional e não falha individual, os riscos psicossociais e o stresse podem ser controlados da mesma maneira que qualquer outro risco de saúde e segurança no local de trabalho.
Para o médico e psiquiatra, Máximo Cólon, «as cargas de trabalho excessivas; as exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções; a
falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o trabalho; a má gestão de mudanças organizacionais, a insegurança laboral; a comunicação ineficaz, a falta de apoio da parte de chefias e colegas; o assédio psicológico ou sexual, e a violência de terceiros são alguns exemplos de condições de trabalho conducentes a riscos psicossociais».
No final do seminário, Carla Carvalho, diretora técnica da Santa Casa da Misericórdia, deu a conhecer, através de exemplos práticos, as formas de prevenção de riscos psicossociais.