O picadeiro do Clube Equestre de Loureiro, em Oliveira de Azeméis, é o palco do encontro de equitação adaptada que se realiza a 20 de Junho com a participação de quatro dezenas de crianças portadoras de deficiência.
A iniciativa destina-se a mostrar ao público a aprendizagem das crianças nas aulas de hipoterapia e equitação terapêutica, duas disciplinas científicas ministradas pelo Clube Equestre desde 2008.
O evento inicia-se às 10h30 com a demonstração de volteio adaptado envolvendo praticantes em fase de iniciação. O início da tarde (14h00) é preenchido com a demonstração de equitação adaptada em que participará o cavaleiro nacional «Patrick».
Às 16h00, a demonstração estará a cargo do cavaleiro Carlos Baptista, o primeiro representante português nos Jogos Paralímpicos de Atenas.
«Como trabalhamos pelo segundo ano consecutivo com crianças com deficiência queremos, com este evento, mostrar ao público a evolução das crianças nas aulas de hipoterapia e equitação terapêutica bem como a importância destas técnicas para a sua recuperação», afirma Manuela Nunes, responsável pelo Clube Equestre de Loureiro.
A hipoterapia é uma técnica que utiliza o cavalo em actividades terapêuticas visando desenvolver capacidades físicas e psicológicas nas pessoas com necessidades especiais.
Pedro Rocha, docente de equitação terapêutica, afirma que a hipoterapia é uma importante ajuda na melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiência.
«Fazendo exercícios de fisioterapia com recurso ao cavalo, as crianças têm uma evolução muito mais rápida», afirma o monitor, dando como exemplo o facto «do passo de um cavalo transmitir cerca de 100 estímulos ao corpo do cavaleiro».
«O movimento da cintura pélvica do cavaleiro é o mesmo que fazemos quando caminhamos», explica Pedro Rocha, demonstrando a importância dos movimentos tridimensionais transmitidos pelo cavalo nas melhorias neuro-musculares das crianças.
A equitação terapêutica, também virada para a população portadora de deficiência, visa melhorar o equilíbrio físico, psicológico e social, utilizando também a acção multidimensional do animal.
Segundo Pedro Rocha, «as crianças mostram-se receptivas a esta terapia» e irão «fazer uma pequena demonstração efectuando um percurso a cavalo durante o qual, apesar de serem acompanhadas de perto, terão de executar algumas tarefas como iniciar e interromper o andamento do animal e contornar uma série de obstáculos».
A equitação adaptada começou a desenvolver-se na década de 70 mas só em 1984, nos jogos mundiais de Nova Iorque (EUA), se realizou a primeira competição internacional. Em 1996 passou a ser modalidade oficial nos jogos paralímpicos que decorreram em Atlanta, nos Estados Unidos da América.
A modalidade tem registado uma adesão crescente de participantes nas diferentes competições europeias, mundiais e paralímpicas.
A primeira participação de Portugal nesta modalidade ocorreu no campeonato do Mundo realizado em Wilhelmsburg, na Dinamarca.