O concelho de Oliveira de Azeméis «é um município empreendedor que não recebe lições de ninguém em termos de inovação», afirmou o antigo ministro Marques Mendes no fórum «Cidades de Futuro - Caminhos da Inovação», uma iniciativa do jornal «Diário Económico».
A inovação, o desenvolvimento, a tecnologia e a investigação foram os temas centrais da conferência que juntou, em Oliveira de Azeméis, empresários, autarcas e economistas para discutirem os desafios do mundo empresarial face ao actual quadro da economia mundial.
O município de Oliveira de Azeméis, concelho fortemente industrializado, foi apontado como um «bom exemplo» empresarial para o país tendo em conta algumas marcas produzidas e a capacidade empreendedora dos empresários locais.
«Este é um concelho que dá claramente lições de inovação ao país», afirmou Marques Mendes, ex-dirigente político e administrador da empresa «Nutroton Energias SA».
«Apostar na inovação e na investigação é importante no quadro actual de uma economia de mercado exigente, global e em crise», sustentou Marques Mendes, reclamando das autarquias o papel de agentes activos do desenvolvimento económico e social.
O ex-lider social-democrata defendeu a «reprogramação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)» através do «reforço dos apoios financeiros aos sectores da inovação».
O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, afirmou que «os empresários oliveirenses não viram a cara à luta, partindo, em tempo de dificuldades, à procura de novos mercados e produzindo novos produtos».
«Temos orgulho na nossa comunidade empresarial pois é aqui que estão radicados alguns dos melhores empresários e gestores nacionais e é aqui que está sedeada parte importante e significativa do tecido empresarial e das empresas com maior índice de internacionalização de Portugal», disse, lembrando que a taxa de desemprego no concelho se situa abaixo dos cinco por cento.
O sector dos moldes, onde Oliveira de Azeméis é lider mundial, é uma das áreas determinantes sendo o concelho fundamental para o cluster automóvel e suas diversas componentes. «Não conheço nenhuma marca automóvel, da mais humilde à mais luxuosa, que não tenha um componente fabricado em Oliveira de Azeméis», recordou Hermínio Loureiro.
O autarca, empenhado em executar um plano integrado de promoção da região, defendeu a criação da marca «Azeméis» enquanto «símbolo de qualidade» das empresas e produtos locais, quer no país, quer no estrangeiro.
A valorização do território e a promoção do que se fez de bom no concelho estão na base da criação da marca «Azeméis», uma «missão para o poder local e para os agentes locais».
No espírito de afirmação do município, Hermínio Loureiro lembrou a criação da Área de Acolhimento Empresarial de Ul-Loureiro, um investimento de 14,5 milhões de euros, e o arranque do Parque do Cercal onde se cruzam a inovação, a competitividade, o empreendedorismo, a educação, a investigação e o desenvolvimento.
Segundo Claudino Cardoso, da Universidade de Aveiro, o futuro edifício estará virado para o ensino e formação, investigação e desenvolvimento tecnológico, apoio à incubação de novas empresas, estímulo ao empreendedorismo, promoção do emprego qualificado e apoio ao tecido económico local e regional.
«O projecto encerra em si um acto de coragem na inovação e demonstra responsabilidade e compromisso com o futuro», disse.
A importância estratégica do branding territorial e o conceito de marca, abordado por João Braz Frade, presidente da empresa «Mybrand», foi o tema de um dos três painéis do forúm que debateu ainda a inovação e apresentou experiências de internacionalização de quatro empresas de Oliveira de Azeméis.