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Berço vidreiro perpetua indústria secular

Data: 24/09/2009
Oliveira de Azeméis
Berço Vidreiro está localizado na Casa das Heras, no parque de La Salette
Muitos anos após o encerramento do Centro Vidreiro do Norte de Portugal, Oliveira de Azeméis regressou à fileira do vidro com a abertura do «Berço vidreiro», um espaço destinado a dar a conhecer esta actividade e a importância que a mesma teve ao longo de cinco séculos.

O projecto – envolvendo a Fundação La Salette (FLS), a autarquia e um investidor privado – pretende recuperar um dos mais importantes patrimónios da indústria local através da produção ao vivo de peças e da exposição de algumas máquinas e objectos que eram utilizados na produção do vidro.

«Oliveira de Azeméis precisava de fazer as pazes com esta indústria pois o encerramento do Centro Vidreiro fez com que os oliveirenses não compreendessem muito bem o porquê do fim da fileira do vidro no concelho», afirmou, na inauguração, o presidente do Conselho de Administração da FLS.

O Berço Vidreiro funciona na «Casa das Heras», no parque La Salette, tendo sido investidos 50 mil euros na sua recuperação parcial.

«O parque tem melhorado do ponto de vista ambiental e paisagístico mas a aposta da Fundação é continuar a introduzir outras mais valias como é o caso do Berço Vidreiro», sublinhou o presidente da FLS, acrescentando que o objectivo é «promover e valorizar o património do município».

«Queremos que o parque fique associado a esta herança tão rica que é a história do vidro em Oliveira de Azeméis», adiantou. Uma visita ao local permite ficar a conhecer como se produzia o vidro há séculos e quais as técnicas usadas, bem como a importância da actividade no concelho desde que, no século XV, foi criada em Oliveira de Azeméis a primeira fábrica de vidro do país.

As escolas são um alvo preferencial do projecto. «Teremos planos para que os alunos das escolas fiquem a saber como se produzia o vidro noutros tempos», garante Hermínio Loureiro.

A produção, ao vivo, é assegurada diariamente por duas pessoas ligadas à criação artesanal do vidro. Das suas mãos saem, como antigamente, peças de rara beleza que podem ser compradas pelos visitantes do parque da cidade.

Para o presidente do município, «o projecto é de todos os oliveirenses» sendo importante «não esquecermos a história das nossas empresas».

Segundo Ápio Assunção, o município «nunca descurou a existência do património do Centro Vidreiro e o da sua aquisição», adiantando não ter estado em causa o preço das peças mas somente a sua salvaguarda».

O autarca reconheceu que sem a criação da Fundação La Salette a imagem do parque não seria a que os visitantes desfrutam hoje e garantiu que «a Casa do Mateiro será restaurada».
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