As obras de requalificação que vão transformar a Casa Sequeira Monterroso no Fórum Municipal de Oliveira de Azeméis estão já em curso depois da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, ter presidido ao lançamento da primeira pedra.
As obras, no valor de 3,6 milhões de euros, vão recuperar um edifício com quase três séculos e com grande simbolismo e significado para a cidade, passando, no futuro, a albergar serviços municipais.
O Presidente da Câmara Municipal, Joaquim Jorge, aproveitou o momento para sensibilizar a ministra Ana Abrunhosa para um conjunto de projetos estratégicos para o concelho dos quais destacou, em primeiro lugar, o problema da rede de saneamento.
“Oliveira de Azeméis é um concelho fortemente industrializado, com cerca de 7 500 empresas, e responsável por 1,6% das exportações nacionais mas, apesar de todas dinâmicas económicas e sociais continua a ser um dos concelhos do país com a mais baixa taxa de cobertura da rede de saneamento”, afirmou o presidente considerando que esta carência “compromete a competitividade e a atratividade do concelho”.
Embora exista obra no terreno, Joaquim Jorge pediu a ajuda da ministra para “termos a capacidade de introduzir no novo quadro comunitário de apoio verbas para essa área” uma vez que sem a ajuda do Governo será difícil vencer este problema ambiental e de saúde pública.
O Presidente fez notar ainda a urgência de dotar a Área de Acolhimento Empresarial de Ul-Loureiro com uma ligação rápida e eficaz às principais vias rodoviárias, bem como, a necessidade de prosseguir com a construção do Centro Interpretativo do Vidro. Elencou ainda como projeto estratégico, a construção do campus universitário (Fábrica do Futuro) envolvente à Escola Superior Aveiro Norte, um parque de tecnologia e inovação que funcionará como uma importante resposta para o futuro desenvolvimento do concelho e da região.
Joaquim Jorge evidenciou, também, a requalificação atual do cineteatro Caracas, no valor de 5,3 milhões de euros, a construção em breve da Estação Intermodal de Transportes e a requalificação, simultânea, do Mercado Municipal a que corresponde um investimento glocbal superior a 14 milhões de euros. “São investimentos estruturantes que vão criar dinâmicas sociais e económicas importantes para o centro urbano”, sublinhou.
Na resposta ao problema da rede de saneamento, a ministra da Coesão Territorial disse que o Governo está “disponível para ajudar a resolver de uma vez por todas um problema que subsiste de forma incompreensível”.
A ministra esclareceu que, no próximo quadro comunitário de apoio, este tipo de obras serão financiadas pelos Programas Operacionais Regionais e desafiou o executivo a preparar os projetos “porque logo que tenhamos as verbas do Portugal 2020 daremos absoluta prioridade a esta vossa necessidade”.
História do Edifício
Consultada a Bibliografia existente sobre o imóvel, toda ela sugere que o edifício terá sido construído entre a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX. Essa atribuição cronológica resulta da estrutura arquitetónica do edifício, de planta retangular com dois pisos, e um conjunto de vãos distribuídos ao logo da fachada. Não são assinalados outros elementos notáveis do ponto de vista arquitetónico além do brasão da família Sequeira Monterroso.
O edifício terá sido vendido pela família Sequeira Monterroso em 1844. Durante a segunda metade do século XIX o edifício foi adaptado para o funcionamento de uma estação da mala-posta até à extinção do serviço em 1864.
Já no século XX, aquando da edição do Guia de Portugal em 1944, o edifício é referido, nessa obra, como sendo residência do Dr. Álvaro Tavares de Matos, natural de Vale de Cambra, filho de Camilo Tavares Matos, de Cabril Vale de Cambra, e Júlia Ferreira Valente, de Cucujães. Estudou no Liceu de Aveiro e medicina na Universidade de Coimbra (1921/1926). Em artigo publicado no Arquivo do Distrito de Aveiro, em 1942, acrescenta-se a essa informação que o exterior da casa tinha sido alvo de “reconstrução moderna”.
A família Sequeira Monterroso, responsável pela construção do edifício, estava ligado ao Regimento de Ordenanças da Feira, António de Sequeira Vasconcelos Monterroso e seu filho José Sequeira de Melo Monterroso, ocuparam, sucessivamente o posto de Sargento-Mor do citado regimento (equivalente, na atualidade, ao posto de Major).
Em data indeterminada, que presumimos entre a segunda metade da década de 1940 e meados da década de 1950, tendo em conta a bibliografia consultada, instalou-se um estabelecimento comercial de distribuição alimentar no edifício, que ganhou a designação popular de Mercantil.
Veja o vídeo de Inauguração do Fórum Municipal