A Câmara de Oliveira de Azeméis quer ajudar a diminuir a prevalência da doença da diabetes em Portugal tendo sido um dos dois municípios-piloto no arranque do projeto Desafio Gulbenkian “Não à Diabetes” na área de intervenção da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS).
O município integrou a primeira fase da formação de gestores da prevenção da diabetes em 2016 no âmbito da sua adesão ao programa que arrancou em setembro na ARS Norte.
Segundo Hermínio Loureiro, presidente da autarquia de Oliveira de Azeméis “é fundamental alterar-se hábitos nefastos para a saúde e a adesão do município ao projeto tem a ver com a necessidade de começarmos a olhar para a prevenção da doença da diabetes cuja prevalência em Portugal é atualmente de 13%”.
Nas vésperas de se comemorar o Dia Mundial da Diabetes, a 14 deste mês, o município oliveirense aprovou a constituição de uma Rede Local de apoio destinada a operacionalizar as ações municipais que se venham a realizar a nível do projeto. Para se atingir os objetivos serão assinadas na próxima segunda-feira, na “Cidade Desportiva”, as “Cartas de Compromisso” onde ficarão definidas as responsabilidades e as atribuições de cada entidade da rede Local.
A assinatura insere-se nas comemorações do Dia Mundial da Diabetes cujo programa inclui ainda a apresentação do programa desportivo “Vive Melhor com a Diabetes” e a formação do logotipo humano “Não à Diabetes” no espaço multidesportivo, entre o pavilhão municipal e o complexo de piscinas. As comemorações terminam com uma caminhada na ciclovia circundante à zona escolar e desportiva.
A autarquia de Oliveira de Azeméis possui, desde 2014, uma Comissão Municipal para a Promoção da Saúde sendo um dos seus objetivos “construir uma rede local de respostas integradas e complementares com parceiros públicos e privados e aumentar a abrangência, a acessibilidade, a eficácia e a eficiência dos programas de prevenção”.
O Desafio Gulbenkian “Não à Diabetes” pretende evitar que 50 mil pré-diabéticos desenvolvam a doença nos próximos cinco anos.
Cada município fará o rastreio de 25% da sua população adulta encaminhando depois os indivíduos identificados como potencialmente diabéticos ou pré-diabéticos para os centros de saúde onde serão desenvolvidos programas educativos para promover a adoção de estilos de vida saudáveis.
Segundo a Federação Internacional da Diabetes, calcula-se que existam 387 milhões de pessoas em todo o mundo com a doença correspondendo a cerca de 8,5% da população adulta. Em 2035 estima-se que este número aumente para os 592 milhões.
De acordo com o relatório de saúde de 2014 da OCDE, Portugal é o país da Europa com a mais alta taxa de prevalência da diabetes, 13% da população com idade entre os 20 e os 79 anos.
Sobre a importância do projeto de prevenção em curso, a Fundação Gulbenkian diz que “se não houver um programa integrado de intervenção dirigido à mudança dos hábitos de vida e à identificação dos indivíduos em risco, calcula-se que o número de casos anuais diagnosticados de diabetes duplique para 120 mil nos próximos 10 anos”.