A cinco de janeiro de 2025, data em que se comemoram os 226 anos da elevação de Oliveira de Azeméis a Concelho, a Câmara Municipal inaugurou a nova casa dos Oliveirenses, o Fórum Municipal, um investimento no valor de cerca de 4,4M euros.
“Uma data marcante da nossa história para celebrar o Fórum Municipal”, refere no seu discurso, Joaquim Jorge Ferreira, Presidente da Câmara Municipal.
Para o edil, este é “um novo espaço onde os colaboradores municipais e os responsáveis políticos, têm ao seu dispor melhores e mais dignas condições de trabalho. Oliveira de Azeméis, conta a partir de agora, com um novo espaço municipal para servir com mais qualidade, os Munícipes e o Concelho. Um novo espaço que sendo motivo de orgulho, aumenta a nossa responsabilidade coletiva de fazermos mais e de fazer melhor.”
Este projeto insere-se na estratégia de rentabilização do património municipal devoluto através da requalificação do espaço público urbano, conferindo novas dinâmicas ao centro da cidade.
O edifício, com quase três séculos e com grande simbolismo e significado para a cidade, passará brevemente a oferecer aos Oliveirenses mais e melhor serviço público.
O edifício, localizado na antiga Casa Sequeira Monterroso na Rua Bento Carqueja, é composto por cinco pisos, dos quais dois são subterrâneos. Com uma arquitetura moderna e arrojada, houve a preocupação de manter a sua identidade através da manutenção da sua fachada original de forma a garantir a harmonia urbanística na zona histórica da cidade.
O início da obra ficou marcado a 28 de maio de 2021, numa cerimónia de lançamento da primeira pedra na presença da Senhora Ministra da Coesão Territorial, Dra. Ana Abrunhosa. A obra foi cofinanciada pelo Norte 2020.
Neste dia de comemoração para Oliveira de Azeméis, decorreu o habitual hastear das bandeiras durante a amanhã e, ao final da tarde no TeMA, o concerto comemorativo com Carla Maffioletti e a Sociedade Filarmónica Cucujanense, tendo sido proporcionado aos presentes um magnífico espetáculo.
Assista abaixo ao vídeo de evolução da obra apresentado no momento da inauguração.
História do Edifício
Consultada a Bibliografia existente sobre o imóvel, toda ela sugere que o edifício terá sido construído entre a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX. Essa atribuição cronológica resulta da estrutura arquitetónica do edifício, de planta retangular com dois pisos, e um conjunto de vãos distribuídos ao logo da fachada. Não são assinalados outros elementos notáveis do ponto de vista arquitetónico além do brasão da família Sequeira Monterroso.
O edifício terá sido vendido pela família Sequeira Monterroso em 1844. Durante a segunda metade do século XIX o edifício foi adaptado para o funcionamento de uma estação da mala-posta até à extinção do serviço em 1864.
Já no século XX, aquando da edição do Guia de Portugal em 1944, o edifício é referido, nessa obra, como sendo residência do Dr. Álvaro Tavares de Matos, natural de Vale de Cambra, filho de Camilo Tavares Matos, de Cabril Vale de Cambra, e Júlia Ferreira Valente, de Cucujães. Estudou no Liceu de Aveiro e medicina na Universidade de Coimbra (1921/1926). Em artigo publicado no Arquivo do Distrito de Aveiro, em 1942, acrescenta-se a essa informação que o exterior da casa tinha sido alvo de “reconstrução moderna”.
A família Sequeira Monterroso, responsável pela construção do edifício, estava ligada ao Regimento de Ordenanças da Feira, António de Sequeira Vasconcelos Monterroso e seu filho José Sequeira de Melo Monterroso, ocuparam, sucessivamente o posto de Sargento-Mor do citado regimento (equivalente, na atualidade, ao posto de Major).
Em data indeterminada, que presumimos entre a segunda metade da década de 1940 e meados da década de 1950, tendo em conta a bibliografia consultada, instalou-se um estabelecimento comercial de distribuição alimentar no edifício, que ganhou a designação popular de Mercantil.
O edifício foi adquirido pela câmara Municipal em março de 2005.
Evolução da Obra