Passadas 3 semanas do incêndio devastador que atingiu o concelho de Oliveira de Azeméis, a Câmara Municipal faz o balanço dos danos e prejuízos no nosso território.
Foram realizadas diversas reuniões com o Primeiro-Ministro, Presidente da República, Secretário-Geral do PS, Ministro da Coesão Territorial, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, com a Proteção Civil Local, Regional e Nacional, entre outras entidades.
Para o levantamento dos prejuízos causados pelo incêndio, foi constituída uma equipa multidisciplinar que envolveu elementos de vários serviços da autarquia - proteção civil, gabinete técnico florestal, divisão de obras, ambiente - e as próprias juntas de freguesia dos territórios atingidos.
O incêndio em Oliveira de Azeméis consumiu uma área de 2100 hectares, especialmente nas freguesias de Macinhata da Seixa, Palmaz e Ossela e no seu combate foram envolvidos mais de 600 operacionais, 200 viaturas e diversos meios aéreos. Foi necessário proceder à evacuação preventiva de um centro de dia, um hotel, duas escolas e várias casas.
Apesar da destruição de muitos hectares de terreno agrícola e florestal e dos danos materiais verificados, não houve felizmente perda de vidas humanas, com exceção do trágico falecimento do bombeiro João Silva devido a um problema de saúde. Temos infelizmente a lamentar quatro bombeiros feridos, encontrando-se ainda hospitalizada uma bombeira.
A Câmara Municipal apresentou para análise da tutela, alguns contributos para a reflexão, que visam mitigar os riscos de futuros incêndios, protegendo assim este vasto território e a população Oliveirenses, a saber:
1) Aposta na prevenção como metodologia prioritária de ação e dotar as autarquias de instrumentos administrativos e judiciais que permitam de forma célere, obrigar os proprietários a limpar os seus terrenos e em caso de incumprimento agilizar os processos contraordenacionais;
2) Pagar/valorizar a biomassa recolhida tornando rentável a propriedade, ou pelo menos compensar financeiramente de forma a permitir que os proprietários possam suportar os encargos com a limpeza.
3) Promover o ordenamento florestal do território com a criação de zonas de contenção de dimensão adequada, para evitar a propagação de incêndios;
4) Promover o povoamento de zonas de floresta com espécies de arvores mais resistentes ao fogo (arvores bombeiras);
5) Cadastrar e promover o emparcelamento florestal das propriedades;
6) Reforço dos meios de apoio financeiro às corporações dos bombeiros para aquisição de meios de combate e para a formação dos seus Recursos Humanos;
7) Reforço do patrulhamento e fiscalização envolvendo nessas ações para além da GNR, o exército, a própria população através das Unidades Locais de Proteção Civil e bolsas de voluntariado;
8) Contratação de uma bolsa nacional de horas de máquinas de rasto, equipamentos que são críticos e fundamentais para o combate e rescaldo dos incêndios florestais;
9) Alargamento do número de unidades locais de proteção civil, devidamente apetrechadas para a primeira intervenção;
10) Controlo mais rigoroso das queimas e queimadas;
11) Promover ações de sensibilização junto da população em relação aos comportamentos a adotar na época critica de incêndios.
A Câmara Municipal acordou com a concessionária INDAQUA um apoio aos munícipes das freguesias afetadas que utilizaram água do sistema público de abastecimento para auxiliar no combate aos incêndios e na proteção dos seus bens, que se traduz na aplicação de um crédito sobre os consumos anormais de água verificados nesse período.
Uma última nota para expressar a mais profunda gratidão pelo incansável e corajoso trabalho que os bombeiros realizaram no combate aos incêndios.
Sabemos que cada operação envolve riscos e sacrifícios pessoais, e, mesmo assim, estão sempre prontos para proteger as nossas vidas, os nossos lares e o nosso meio ambiente.
O empenho, a coragem e a dedicação demonstrados fazem uma diferença imensurável para a segurança da população.
São uns verdadeiros Heróis.