O futuro da Linha do Vale do Vouga esteve em reflexão no Europarque, Santa Maria da Feira, durante uma conferência que juntou os autarcas da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria (AMTSM) e técnicos que apresentaram algumas soluções para a requalificação deste ramal ferroviário entre as cidades de Oliveira de Azeméis e Espinho.
A Linha do Vale do Vouga serve uma população superior a 300 mil habitantes e a sua requalificação é um desejo antigo dos autarcas que pretendem vê-la transformada numa ferramenta importante de mobilidade no seio da Área Metropolitana do Porto (AMP).
Atualmente os municípios que fazem parte da AMTSM (Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Espinho e Vale de Cambra), não possuem uma ligação direta e cómoda ao centro da AMP pelo que os autarcas têm vindo a reclamar a sua requalificação rápida, um investimento estimado em cerca de 100 milhões de euros.
O objetivo estratégico é transformar a linha competitiva fazendo dela um percurso mais veloz e confortável o que leva o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, a defender, entre as várias soluções apresentadas pelos técnicos, a transformação da bitola métrica em bitola ibérica que permita a integração da Linha do Vouga na Linha do Norte, permitindo aos passageiros ganhos efetivos de tempo, sem efetuarem transbordo na estação de Espinho.
O autarca oliveirense, Joaquim Jorge, considera a alteração da bitola uma “medida estratégica para o futuro da mobilidade desta vasta região” adiantando que apesar de se colocar a questão financeira do investimento, este vasto território merece beneficiar de mais investimento público, à semelhança de outras regiões e municípios do país.
“Esta é a solução que melhor defende os interesses desta região e das gerações vindouras”, refere Joaquim Jorge recordando que a linha ferroviária do Vouga é a única do país em bitola métrica impedindo a região de ficar conectada ao país e à Europa.
A conferência “A Linha do Vale do Vouga: Que futuro?” pretendeu fazer uma reflexão sobre esta linha centenária no quadro da melhoria da acessibilidade dos municípios que integram a AMTSM e da consolidação dos aglomerados urbanos e da coesão territorial e reforço da competitividade.
Depois da intervenção do presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, que acentuou o facto dos municípios da AMTSM não terem “uma ligação ferroviária verdadeiramente direta, mais cómoda e rápida ao centro do Porto, ao metro, à AMP e ao Aeroporto Sá Carneiro”, os trabalhos incluíram intervenções técnicas no âmbito do projeto de requalificação da linha do Vale do Vouga.