Em poucos minutos e lado a lado, o presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis e o ministro do Ambiente percorreram de bicicleta elétrica o centro da cidade marcando, dessa forma, a inauguração daquele que é o primeiro troço de ciclovia do concelho.
O troço, com cerca de dois quilómetros e circundando a zona escolar e desportiva, integrará, no futuro, uma rede de mais 13 vias que o município quer construir até 2020.
Estão criadas as condições para que os oliveirenses e quem visita a cidade passem a circular nela utilizando as Biclaz, o sistema de bicicletas partilhadas, um novo conceito de mobilidade sustentável que a autarquia quer levar a outras zonas do concelho ligando a cidade ao Parque de La Salette, à Escola Superior Aveiro Norte e ao Parque Temático Molinológico.
O investimento feito até ao momento chega aos 500 mil euros mas depois de concluída toda a rede o projeto terá um custo de três milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários.
Segundo o presidente da autarquia, Isidro Figueiredo, o projeto insere-se no esforço descarbonizar a cidade privilegiando o uso da bicicleta em vez do automóvel que resulte num melhor ambiente e que promova a saúde em vez do sedentarismo.
Para atingir tudo isto a autarquia, num investimento de 75 mil euros, disponibiliza 20 bicicletas elétricas em três estações, uma localizada no Largo da República, junto à Câmara, uma outra perto da Loja Interativa de Turismo e a terceira junto às piscinas municipais.
O autarca considera estarem criadas “as condições para que esta nossa aposta seja ganha e tenha condições para ser potenciada”.
Desde que entrou em período experimental o ano passado, de forma gratuita, o projeto de bike sharing teve uma boa adesão tendo sido percorridos mais de quatro mil quilómetros pelas bicicletas Biclaz.
O sistema foi usado por 800 utilizadores, dos quais 108 fora do concelho e cada viagem teve uma duração média de 27 minutos para serem percorridos cerca de sete quilómetros. Dentro de um ano o sistema passará a ser pago com cartão recarregável.
Segundo o presidente da Câmara “existe hoje uma crescente tendência para o uso da bicicleta no desporto e Oliveira de Azeméis tem, nessa matéria, dado passos muito fortes”.
O autarca reforçou que o município é hoje olhado como “uma potência do desporto ciclopédico apostando essencialmente na formação onde são bons exemplos a Escola de Ciclismo Bruno Neves, o Bike Clube de Portugal e outras equipas que entretanto se vão formando”.
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, lembrou as vantagens de se descarbonizar as cidades referindo que quase metade das deslocações diárias das pessoas são intrafreguesias e que metade destas deslocações têm menos de seis quilómetros.
O governante recordou que Portugal assinou o Acordo de Paris sobre alterações climáticas comprometendo-se a reduzir 26% os gases com efeito de estufa e que “há que desenhar as cidades sem fazer do automóvel rei, encontrando-se outras soluções”.
O ministro referiu-se ainda ao financiamento do Fundo Económico do Espaço Económico Europeu para apoiar “laboratórios vivos” que abram caminho para a descarbonização das cidades permitindo uma mobilidade mais sustentável e a redução da emissão de gases com efeito de estufa.