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Erva-das-Pampas (Cortaderia selloana)

Vulgarmente conhecida por penachos ou erva-das-pampas, a Cortaderia selloana, pertence à Família Poaceae (gramíneas), tendo estatuto de espécie invasora, conferida pelo Decreto-Lei n° 92/2019, de 10 de julho.

Trata-se de uma herbácea perene rizomatosa que pode alcançar os 4 metros de altura, com uma grande roseta de folhas basilares que chega a atingir 3,5 metros de diâmetro. As folhas desta espécie são grandes (até 2 metros de comprimento e 3-8 cm de largura) acinzentadas ou verde-azuladas, lineares, de margens cortantes, formam um “v”, quando vistas em corte transversal, encontrando-se cobertas por cristais de sílica.

 

Pormenor de folha de Cortaderia selloana - folha áspera e cortante nas extremidades devido à presença de sílica (Fonte: LIFE STOP Cortaderia)


As flores encontram-se reunidas em panículas, semelhantes a plumas grandes, densas, branco-prateadas, com 40-100 cm de comprimento e 15-60 cm de largura, podendo situar-se a mais de 4 metros de altura, da extremidade de caules. Trata-se de uma espécie ginodóica, isto é, existem plantas femininas e plantas hermafroditas (cada flor possui estruturas reprodutoras femininas e masculinas).

Estruturas reprodutoras das flores hermafroditas e das flores femininas de Cortaderia selloana (Fonte: LIFE STOP Cortaderia)


Originária da América do Sul, encontra-se distribuída especialmente nas dunas costeiras, ao longo de vias de comunicação e áreas perturbadas (terrenos baldios e abandonados).

O controlo desta espécie invasora é fundamental para a salvaguarda e proteção das florestas autóctones, podendo-se recorrer à seguinte metodologia:

1. Controlo Físico

Arranque manual: metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens presentes em solos arenosos. Em substratos mais compactados, o arranque deverá ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Dever-se-á garantir que não ficam raízes de maiores dimensões no solo e/ou rizomas arrancados em contacto com o solo, já que estes recuperam facilmente a parte aérea. O arranque da planta deve ser realizado com equipamento de proteção individual já que as folhas são muito cortantes.

Arranque mecânico: aplica-se a plantas de maiores dimensões. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo e/ou rizomas arrancados em contacto com o solo, já que estes recuperam facilmente.

Corte e posterior remoção da parte radicular: aplica-se a plantas de maiores dimensões sempre que não for possível o arranque. O corte pode ser realizado com motoroçadora e a remoção da parte radicular pode ser feita com recurso a equipamento manual e/ou mecânico (desmatação). O corte da planta deve ser realizado com equipamento de proteção individual já que as folhas são muito cortantes.

Corte das panículas: Deve ser realizado antes da dispersão das sementes. As panículas cortadas devem ser retiradas do local e colocadas em sacos duplos para serem posteriormente destruídas ou aguardar a sua degradação.

Ocultação: após corte da parte aérea, a área é tapada com uma manta, plástico ou material vegetal como cobertura morta ou "mulch", para impedir a passagem de luz e que a planta cortada brote novamente. Também se cobrem as plantas individuais desmatadas.

Metodologias de controlo e erradicação de Cortaderia selloana (Fonte: LIFE STOP Cortaderia)

2. Controlo físico + químico (misto)

Corte combinado com aplicação de herbicida: Corte dos caules tão rente ao solo quanto possível e aplicação de herbicida homologado nos novos rebentos.

3. Controlo químico

Aplicação foliar de herbicida: aplica-se a plantas jovens. Pulverizar com herbicida homologado, limitando a aplicação à espécie-alvo.

Metodologias de controlo e erradicação de Cortaderia selloana (Fonte: LIFE STOP Cortaderia)

O supervisionamento de áreas intervencionadas e a deteção de novas áreas invadidas é fundamental para o controlo desta invasora.

(Link: https://invasoras.pt/pt/mapeamento)

  

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