Todos os anos, celebra-se o Dia Meteorológico Mundial (DMM) em comemoração da entrada em vigor, no dia 23 de Março de 1950, da convenção da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O Clima é essencial para a manutenção da vida na Terra e exerce um efeito profundo sobre a segurança alimentar, a salvaguarda de vidas e bens, os recursos hídricos, as actividades de lazer e o desenvolvimento sustentável. Sabe-se, além disso, que o clima afecta, em certa medida, o estado de espírito dos seres humanos, influindo no seu carácter e mesmo na sua maneira de pensar e na sua cultura. No entanto, há cada vez mais provas de que o Homem altera as características da fina camada de ar que envolve o planeta Terra, com implicações no clima por ela gerado.
O DMM tem como objectivo o de realçar a necessidade de preservação do clima como recurso que contribui para o bem-estar das gerações presentes e futuras e ainda uma oportunidade para chamar a atenção do público, dos centros de decisão, dos órgãos de comunicação social e da sociedade civil para o papel desempenhado pela OMM e pelos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais na prossecução deste objectivo.
Sabe-se que, ocorreram alterações do clima no passado. No entanto, elas foram devidas a causas naturais. As alterações mais recentes, como o aumento de 0.6 ºC da temperatura média global desde o inicio dos registos efectuados com instrumentos, nos anos sessenta do século XIX, são em grande parte atribuídas à actividade humana. De facto, o ano de 1998 foi o mais quente dos anos registados, encontrando-se 2001 em segundo lugar. A década dos anos noventa foi a mais quente do século XX e é provável que o ritmo e a duração do aquecimento nesse século tenham sido superiores aos de qualquer outro período dos últimos 1000 anos. O aquecimento observado está relacionado com o aumento da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera. A quantidade de dióxido de carbono, o principal gás desse tipo, passou de cerca de 280 partes por milhão de volume (ppmv) em 1750 para 370 ppmv no final de 2001, um aumento superior a 32%. No mesmo período, a concentração de metano e óxido nitroso na atmosfera aumentou cerca de 151% e 17%, respectivamente. Mas as alterações climáticas, nomeadamente o aquecimento global, tem implicações na altura do nível médio do mar e na fauna e flora. As alterações climáticas afectam ainda a saúde de múltiplas formas, que incluem os efeitos directos, por exemplo, diminuição de frio nas zonas temperadas, mas aumento do calor, e os indirectos, que actuam por alteração da variedade de vectores patológicos, por exemplo, mosquitos, de organismos patogénicos aquáticos e da qualidade da água e do ar.
As medidas até à data contempladas na atenuação das alterações climáticas são inadequadas à protecção do nosso clima futuro. A comunidade internacional deveria desde já iniciar acções, no âmbito da Conferência Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas e do Protocolo de Quioto, para uma contenção adequada da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera e outras medidas para a redução das incertezas nas projecções do clima. Para esse efeito, a OMM e os SMHN continuarão a assumir um papel dirigente na abordagem destas questões científicas e técnicas fundamentais.
O Clima está a Mudar. E Tu???