O Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu (DK) é um inseto conhecido com o nome vulgar de “vespa das galhas do castanheiro” que ataca vegetais do género Castanea, induzindo a formação de galhas nos gomos e folhas, provocando a redução do crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir ao declínio dos castanheiros. Os primeiros focos foram detetados na DRAP Norte, em 2014.
A prospeção de organismos prejudiciais visa essencialmente a contenção/erradicação do problema fitossanitário, ou seja, tem como objetivo detetar precocemente o organismo prejudicial nas culturas para que, em caso de presença, sejam criados mecanismos de controlo e erradicação do mesmo.
Anualmente a Direção Geral de Agricultura e Veterinária (DGAV) estabelece um programa a nível nacional das prospeções a realizar em cada DRAP.
Fonte:DRAP
Reconhecendo a importância da cultura, e as consequências negativas da praga da Vespa das Galhas do Castanheiro, o Município de Oliveira de Azeméis uniu-se à estratégia de luta nacional. De 2016, data do primeiro foco, até à data atual, foram identificados 40 focos da presença desta praga no nosso concelho.
Entre 2017 e 2022, o Município de Oliveira de Azeméis procedeu à realização de 18 (dezoito) largadas de um inseto benéfico, chamado Parasitoide Torymus Sinensis Kamijo, que ajuda ao tratamento biológico, sendo importante dar condições favoráveis à permanência e multiplicação dos insetos benéficos, dando-se especial atenção às seguintes medidas:
- Não cortar galhas verdes nem secas, pois o inseto benéfico necessita de galhas verdes para colocar os seus ovos, e durante o inverno refugia-se no interior das galhas secas (de onde os adultos emergem no início da primavera, reiniciando o ciclo);
- Não podar. Se for necessário podar, deverá deixar a lenha de poda com galhas no terreno (amontoadas, por exemplo, junto de muros de pedra);
- Não aplicar inseticidas;
- Deverá reduzir-se ao mínimo os trabalhos de mobilização do terreno. A entrada de máquinas só deverá ser efetuada a partir de julho;
- Introduzir coberto vegetal com consociações adaptadas à região. Eventualmente bastará preservar a vegetação espontânea e realizar cortes quando necessário;
- Proceder a análises regulares de solo (a primeira à plantação e as seguintes de 4 em 4 anos). Uma fertilização equilibrada induz um bom enraizamento, boa produção e resistência a pragas e doenças;
- Promover a biodiversidade;
- A existência de carvalhos nas bordaduras favorece a existência de parasitóides (insetos benéficos) e sebes com floração entre abril e maio, proporciona fontes de alimento alternativas extremamente importantes para a sua vitalidade e longevidade;
- O tratamento ao bichado, quando necessário, realizado durante o mês de julho, não prejudica o inseto benéfico, uma vez que se encontra já protegido no interior das galhas.