A Galeria Tomás Costa acolhe, de 08 a 29 de setembro, a exposição de pintura "Paisagens Transfiguradas" do artista António Miranda.
Da visão atenta e da leitura destas Paisagens transfiguradas emana uma Poética e uma Estética da Paisagem. Assim, a Poesia está presente nos títulos sugestivos atribuidos a cada pintura, mas sobretudo na própria figura pictórica, na tal ambiência que conjuga de modo magistral o legado clássico no uso da perspectiva e do traço rigoroso, com a expressão da Emoção afectiva do Romantismo. No entanto, as técnicas e os processos criativos adoptados, assim como as influências mais visíveis de um José Cardosso, Bob Ross e Kevin Hill, apontam, justamente, para o horizonte da modernidade.
E como já demos a entender, a expressividade desta poética pictural de António Miranda abre o campo de uma Estética das sensações coloridas (Paul Cézanne), que mais não é do que a tal Estésica de que falava Paul Valéry. Neste sentido, a Emoção que estas paisagens exprimem não é tanto o reflexo do foro psicológico do Artista, mas a expressão de forças afectivas transpessoais, singulares do mundo-Natura e, por conseguinte, forças cosmogenéticas!
Tudo se passa no seu atelier, e tudo acontece no laboratório mental do pintor, na sua imaginação sensível, intuitiva e criadora, a tal mónada de mundos virtuais perplicados de sensações coloridas, perspectivas e jogos de luzes; movimentos telúricos e marítimos. Daí a flagrante modernidade desta sequência de Paisagens transfiguradas que nos oferece o instante cosmológico do acto criador suspenso no tempo da internidade, num plano de composição dinâmica e consistente de linhas rigorosas e de sensações coloridas.
Cada uma destas Paisagens, ser de sensação consistente, na sua singularidade, exprime uma objectividade absoluta como se fosse um percepto, uma figuração do mundo anterior ao humano e, por conseguinte, não antropomórfica. Há, efectivamente, qualquer coisa de anterior ao homem que as habita, uma força telúrica e cósmica que, ressoando no corpo do artista, se projecta na tela numa sinfonia de cores luminosas que fulguram no olhar de quem vê os mundos transfigurados da outra margem do sonho e do inconsciente criador!
A exposição terá a sessão de abertura no dia 08 de setembro, pelas 16h00.
Horário Galeria Tomás Costa:
Segunda e sábado: 9h00 às 12h30 e 14h00 às 17h30
Terça a sexta: 9h00 às 18h00